Por Carl Lamarre | 10 de Novembro de 2025 Fonte: Billboard
Na sexta-feira (7 de novembro), a Academia de Gravação divulgou os indicados ao Grammy Awards de 2026 e, como sempre, o mundo do hip-hop tem muito o que comemorar e debater. Com todos em suspense, a lista deste ano promete muitas histórias, surpresas e performances memoráveis da elite do rap.
Pelo segundo ano consecutivo, Kendrick Lamar lidera todas as indicações com nove nomeações, graças ao seu magistral álbum GNX, lançado no final de 2024. Após o domínio do ano passado, que culminou com a conquista dos prêmios de Canção e Gravação do Ano por “Not Like Us” no Grammy em fevereiro, Lamar busca o bicampeonato, com “Luther” também indicado em ambas as categorias. Juntando-se a ele nas quatro principais categorias estão os titãs do rap Tyler, The Creator e Clipse, ambos indicados a Álbum do Ano. Chromokopia, de Tyler, exibiu sua versatilidade criativa e franqueza sem filtros, enquanto o retorno sem rodeios do Clipse às suas narrativas características sobre traficantes com Let God Sort Em Out gerou uma onda de aclamação da crítica e indicações ao Grammy.
As mulheres do hip-hop também brilharam nas indicações deste ano, comprovando ainda mais a força do gênero. Doechii, Cardi B e GloRilla conquistaram importantes reconhecimentos, reforçando por que o rap permanece saudável e em constante evolução, apesar das críticas externas. Doechii, que levou o prêmio de melhor álbum de rap no ano passado, recebeu mais seis indicações graças ao sucesso viral de “Anxiety” e ao impacto duradouro de Alligator Bites Never Heal. Da mesma forma, o retorno de GloRilla em 2024 a catapultou de volta ao topo, marcando uma poderosa redenção.
Confira abaixo o que mais a Billboard tem a dizer sobre os indicados ao prêmio de hip-hop deste ano.
A Top Dawg Entertainment está a caminho da história com sua trajetória marcante como uma das dinastias mais duradouras do rap. O ex-integrante da TDE, Kendrick Lamar, lidera mais uma vez com nove indicações, incluindo três nas cobiçadas quatro principais categorias. Mas são seus companheiros de TDE, Doechii e SZA, que vêm logo atrás, com seis indicações cada, reforçando o domínio da gravadora no hip-hop e no R&B.
Depois de ganhar o prêmio de melhor álbum de rap no ano passado com Alligator Bites Never Heal, a artista multifacetada da Flórida está de volta com tudo. Seu hit “Anxiety”, que alcançou o Top 10 da Hot 100, foi eleito tanto música quanto gravação do ano, competindo de igual para igual com o sucesso estrondoso de Kendrick Lamar e SZA, “Luther”. Já SZA está longe de se aproveitar da fama alheia — seus próprios hits, “30 for 30” (com participação de Kendrick) e “Crybaby”, foram ambos indicados ao Grammy este ano, consolidando ainda mais seu reinado como a principal representante do R&B.
Juntos, o trio da TDE transformou as indicações deste ano em um assunto de família — e talvez o sinal mais claro até agora de que a gravadora está se aproximando cada vez mais da imortalidade no rap.
Tudo começou no início de 2024, quando GloRilla soou o alarme com seu hino de retorno, “Yeah Glo!”. A partir daí, Glo voltou a dominar o mainstream, inundando as rádios com três hits: “TGIF”, “Wanna Be” e “Whatchu Know About Me”. O ano de 2024, que foi um sucesso estrondoso para Glo, foi marcado pelo lançamento de seu álbum de estreia, Glorious, que dissipou qualquer dúvida de que ela seria apenas um sucesso passageiro e a consolidou como uma forte concorrente. Com os olhos voltados para melhor canção de rap (por “TGIF”) e melhor álbum de rap ( Glorious ) no Grammy, o ano de 2024 de Glo serve como um modelo para artistas que lutam para voltar ao topo.
O lirismo reina absoluto na corrida pelo Grammy deste ano. Os gênios do hip-hop Clipse, Kendrick Lamar e Tyler, The Creator estão em ótima posição para surpreender nas principais categorias da cerimônia, incluindo música do ano e álbum do ano. Esta última conta com os três gigantes do rap, cada um competindo para desestabilizar a disputa e, potencialmente, se tornar o primeiro artista de hip-hop a levar o prêmio para casa desde Speakerboxxx/The Love Below, do Outkast, em 2004. Se os votantes se deixarem influenciar pelas letras e pelo brilhantismo em vez do polimento pop, o gênero poderá recuperar seu trono em grande estilo.
A ausência e as rimas carregadas de cocaína realmente fazem o coração sentir mais saudade. Após um hiato de 15 anos, os irmãos Thornton ressurgiram com Let God Sort ‘Em Out, um retorno explosivo que conquistou cinco indicações ao Grammy, incluindo álbum do ano e melhor álbum de rap. É uma volta triunfal há muito esperada para uma das duplas mais reverenciadas do rap, cujas rimas afiadas e luxuosas e realismo arrepiante continuam a envelhecer como champanhe Ace of Spades. Para o Clipse, a espera valeu a pena — agora, a dupla está de olho nos Grammys que lhes escaparam da primeira vez.
Para aqueles que anseiam pelo “rap de verdade” brilhando no Grammy, não precisam procurar mais: JID conquistou vitórias cruciais com seu álbum de 2025, God Does Like Ugly. O letrista de Atlanta calou os céticos que um dia questionaram se ele conseguiria realmente se destacar e prosperar além da órbita de J. Cole. E eis que JID agora está lado a lado com a elite do rap, recebendo indicações em melhor álbum de rap e melhor performance de rap melódico — uma recompensa merecida para um dos MCs mais tecnicamente talentosos do gênero, que finalmente desfruta dos holofotes que lhe são devidos.
O homem que intitulou seu álbum de MÚSICA estará, ironicamente, ausente da maior noite da música no próximo ano. Após estrear com números estrondosos — 300.000 unidades equivalentes a álbuns e o primeiro lugar na Billboard 200 — o nome de Playboi Carti não aparece em lugar nenhum na lista de indicações ao Grammy. Mesmo com a participação de Kendrick Lamar em seu projeto gigantesco de 30 faixas, o impulso do estrelato não foi suficiente para influenciar os votantes. Apesar de todo o caos, carisma e influência cultural de Carti, a Academia da Gravação optou por ignorá-lo, deixando uma das figuras mais controversas do rap assistindo de fora da cerimônia em fevereiro.
