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O uso de bots para farmar caixas no Counter-Strike 2 tem crescido de forma acelerada e preocupa a comunidade. Em vídeo publicado nesta semana, o criador de conteúdo Moooniz explicou como funcionam essas “fazendas”, também chamado de farms, que operam com centenas de contas falsas e têm como principal objetivo obter caixas e itens para revendê-los. A prática impacta diretamente a economia do jogo, já que os bots recebem recompensas como se fossem jogadores de verdade.
Esses bots não utilizam inteligência artificial avançada, mas sim scripts simples que executam comandos automáticos como andar, atirar e simular partidas. Os operadores dessas farms investem cerca de US$ 10 a 12 por conta e usam softwares de controle que custam entre US$ 50 e 200 mensais. Um único grupo com 200 contas pode gerar até US$ 550 de lucro bruto por mês, mesmo considerando uma taxa de banimento de 5%.
O verdadeiro problema está na escala. Isso porque essas operações deixaram de ser ações pontuais e se tornaram negócios estruturados com lucro garantido. Para manter o funcionamento, os responsáveis utilizam máquinas virtuais, proxies para mascarar IPs e ferramentas de gerenciamento automatizado. Para o criador de conteúdo, a lucratividade só se mantém porque o risco de punição permanece baixo.
Ele revelou que especialistas acreditam que aumentar a taxa de banimento para algo entre 15% e 20% pode inviabilizar economicamente essas operações. Com uma taxa mais alta de perdas, o tempo para alcançar o retorno do investimento se alonga, tornando o modelo menos atrativo. Ainda assim, eliminar completamente o problema é improvável, já que enquanto houver lucro, haverá interesse.
O impacto do farm de caixas vai além das recompensas em si. Em meados de maio, o mercado de skins do Counter-Strike 2 sofreu a maior queda da história: mais de US$ 1 bilhão em valor de mercado evaporaram em apenas sete dias, uma queda de quase 25%. O episódio expôs a fragilidade da economia digital do jogo, que vinha em alta desde o início do ano.
Na semana anterior à queda, o mercado havia batido um recorde ao ultrapassar a marca de US$ 5 bilhões em capitalização, impulsionado pela valorização de skins raras como Butterfly Knife Doppler e luvas Hedge Maze, cujos preços chegaram a US$ 60 mil. Entretanto, analistas suspeitam que grupos de compra coordenada, especialmente na China por meio da plataforma Buff 163, inflaram os preços de forma artificial.
Além disso, o número crescente de bots usados para farmar caixas gera inflação nos preços, principalmente das caixas mais populares. Em dois meses, a valorização de certos modelos, como a Fracture Case, chegou a 30%, prejudicando jogadores casuais que só querem abrir uma caixa para se divertir.