A investigação ocorre após uma denúncia apresentada no início deste ano pela organização francesa de direitos humanos Ligue des Droits de l’Homme. A denúncia se baseia no depoimento de Thomas Le Bonniec, um ex-subcontratado que trabalhou para a Globe Technical Services, parceira da Apple, na Irlanda em 2019. Le Bonniec afirmou ter analisado milhares de gravações da Siri durante seu período na empresa, incluindo conversas que envolviam informações pessoais sensíveis.

As autoridades francesas estão investigando se a Apple coletou e processou dados de voz de usuários sem o devido consentimento. Le Bonniec afirmou que as gravações podem conter detalhes íntimos e que algumas são identificáveis. Ele já havia levantado a questão com reguladores de dados europeus, incluindo a CNIL da França e a Comissão de Proteção de Dados da Irlanda, mas esses esforços não levaram a uma investigação.

A Apple se recusou a comentar diretamente o caso, mas citou uma publicação de blog de janeiro. Na publicação, a empresa afirmou que não retém as gravações de áudio da Siri, a menos que os usuários autorizem explicitamente. A Apple afirmou que usa essas gravações exclusivamente para aprimorar a Siri e não as compartilha com profissionais de marketing nem as vende para anunciantes. A empresa também afirmou ter reforçado os controles de privacidade da Siri em 2019 e novamente em 2025.

A denúncia também deu origem a uma ação coletiva na França. O processo segue um caso semelhante nos Estados Unidos, que terminou em um acordo de US$ 95 milhões no ano passado. A Apple não admitiu qualquer irregularidade nesse caso.

Os promotores franceses não divulgaram mais detalhes sobre o escopo da investigação atual.