Por Thulio Bastos | 06 de Setembro de 2025 Fonte: Gamearena

O capitão do Fluxo, Andrei “arT” Piovezan, concedeu entrevista exclusiva a Game Arena por texto, onde falou sobre algumas coisas interessantes sobre a sua carreira e o projeto que está liderando atualmente.

No bate-papo, arT comentou sobre como foi classificar sua segunda equipe diferente ao Major. Ele também abordou temas como a chegada de Lucaozy, adaptação de decenty e kye, e os desafios do novo sistema do ranking da Valve.

Fluxo no Major, mudanças após e projeto atual

Após anos sendo presença constante no Major com a FURIA, arT conseguiu repetir o feito pelo Fluxo. O capitão destacou a importância da conquista, mas também reforçou que é apenas parte do caminho.

“A classificação é um passo importante para qualquer equipe, mas ainda assim representa apenas parte do caminho. Nosso foco sempre está em objetivos maiores, e cada conquista serve apenas como combustível para continuar evoluindo”, afirmou.

Depois da disputa do Major, o Fluxo passou por mudanças no elenco, deixando de lado a aposta em jovens talentos para contratar nomes mais consolidados. “Estamos sempre em busca de dar esses próximos passos. Sentimos que havíamos chegado a um ponto de estagnação, e por isso entendemos que mudanças eram necessárias”, explicou.

Conhecido por lapidar jovens promessas na FURIA, o capitão comentou se prefere trabalhar com novos talentos ou jogadores mais experientes.

“Ambos têm lados positivos e negativos. Um time mais novo traz potencial e espaço para evolução; já um time mais maduro oferece resultados imediatos e maior solidez. O equilíbrio entre os dois é o ideal: precisamos de espaço para crescer, mas também de consistência para performar. Trabalhar com jogadores mais experientes costuma ser mais simples, pois exige menos microgerenciamento”, disse.

Chegadas de Lucaozy e decenty

O Fluxo recentemente reforçou o time com Lucaozy, apontado como um dos jogadores de maior talento de sua geração. Para arT, o desafio é manter a regularidade. “O Lucaozy é conhecido por sua solidez e grande potencial. A principal dificuldade dele tem sido manter a constância. Assim que encontrar seu conforto dentro do jogo, acredito que voltará a dominar a região”, comentou.

Outra novidade foi a chegada de decenty, que tem estilo semelhante ao de kye. O capitão explicou como conseguiu encaixar os dois jogadores no sistema do time. “O kye abriu mão de muito do seu próprio jogo para facilitar a adaptação do decenty, mudando de posições e ajustando seu playstyle para dar suporte tanto a ele quanto ao Lucao. Isso trouxe dificuldades individuais, mas é visível que ele vem melhorando”, ressaltou.

CS2 “nerfou” estilo de arT? E o que ele acha sobre internacionalização?

Muito se fala que o CS2 prejudicou o estilo agressivo do capitão, uma de suas marcas desde o CS:GO. Ele reconhece mudanças, mas garante que continua acima da média em termos de agressividade.

“É um pouco de cada. Estatisticamente, ainda sou um jogador mais agressivo do que a média. Talvez no passado minha agressividade fosse ainda maior devido ao meta da época, mas com o CS2, especialmente com a mudança na smoke, esse estilo certamente foi impactado”, analisou.

O jogador também analisou a tendência de times brasileiros contratarem estrangeiros diante da dificuldade de reunir os melhores nomes do país em uma única equipe.

“Esse movimento já acontece há muitos anos. Na própria FURIA, já havíamos tentado a internacionalização. O maior desafio tem sido encontrar jovens talentos no Brasil prontos para o tier 1, mas acredito que ainda exista fluxo de jogadores para que isso volte a acontecer”, declarou.

Desafios do VRS

Por fim, comentou sobre o novo sistema de ranking da Valve (VRS) e o fim do RMR, que obrigou o Fluxo a disputar competições na América do Norte em busca de pontos.

“Acredito que o VRS precise de ajustes. Há muitos pontos equivocados nele, como campeonatos pequenos valerem tantos pontos. Imagino que a Valve já esteja ciente dessas questões, mas, sendo a Valve, provavelmente ainda vai demorar para agir. O RMR era muito mais interessante de jogar e assistir, mas entendo os motivos da mudança”, concluiu.

arT e o Fluxo desembarcam nos Estados Unidos neste fim de semana para a disputa da Fragadelphia Fragaville 2025, em busca de pontos no ranking para garantir a classificação ao Major de Budapeste.