Por Thulio Bastos | 26 de Agosto de 2025 Fonte: Gamearena

A Imperial Esports vive um momento de transformação profunda. Em entrevista exclusiva a Game Arena, o CEO da organização, felippe1, detalhou as mudanças recentes: a transição de identidade para Gamdom, o investimento no cenário feminino, a criação de um Academy europeu, as movimentações da line-up principal e a visão sobre o futuro do Counter-Strike (CS2) no Brasil.

Segundo felippe1, a mudança de nome e identidade visual tem como base a consolidação da parceria com a Gamdom, que já era a mais antiga da organização.

“Com a saída da Sportsbet, nosso patrocinador máster, estreitamos ainda mais essa relação. A Gamdom queria se posicionar de forma mais forte nos Esports, e nós tínhamos o desejo de expandir para novos territórios. Foi um movimento estratégico de ambas as partes, pensando tanto no Brasil quanto no cenário internacional”, explicou.

Por falar em internacionalização, a entrada no CS feminino foi um grande passo para isso, contratando um dos times mais vitoriosos da história. O CEO reconheceu que o investimento não é de retorno imediato em termos financeiros, mas destacou o valor estratégico da decisão.

“No curto prazo, não é um investimento que se paga em dinheiro. Mas Esports não são apenas sobre dinheiro: são sobre posicionamento e propósito. Ter o melhor time feminino da história é muito relevante para a nossa marca. Estamos dando visibilidade e fortalecendo o ecossistema”, afirmou.

Outro passo de internacionalização será a tão sonhada lineup academy europeia. felippe1 revelou que o projeto está próximo de ser oficializado. “Demorou mais do que esperávamos, porque não queríamos apenas ter uma academia. Queremos fazer direito, de forma competitiva. Como se trata de uma estrutura na Europa, há desafios logísticos maiores, mas já está tudo próximo de ser oficializado”, adiantou.

Time masculino de CS

Na line-up principal, a saída do shr e a chegada de skullz foram pontos abordados pelo CEO. felippe1 ressaltou que a troca foi motivada por uma oportunidade de mercado.

“O shr é um jogador exemplar, muito profissional, mas quando surgiu a chance de contratar o skullz, que já era nosso desejo inicial, não podíamos deixar passar. Foi uma decisão difícil, porque envolve pessoas, mas necessária estrategicamente”, disse.

Sobre a chegada de skullz, o CEO demonstrou otimismo. “As expectativas são altas. Ele traz experiência internacional, mas ainda é jovem. Nosso projeto vem se rejuvenescendo há algum tempo, e o Skulls se encaixa perfeitamente nisso. Acreditamos que ele vai elevar o patamar do time masculino. Claro, no esporte nem sempre acertamos todas as decisões, mas não estamos medindo esforços para buscar os objetivos”, garantiu.

felippe1 também analisou o cenário de transferências no Brasil, marcado por buyouts elevados e escassez recente de novos talentos.

“Hoje, buscar reforços internacionais é o movimento mais viável. Já tivemos fases em que muitos jovens apareceram e subiram, mas agora estamos em um período de escassez. Faz sentido testar promessas internacionais e da América do Sul. Não é que esse seja o único caminho, mas é o mais realista no momento. O caso do Moldovyi na FURIA é um ótimo exemplo: foi criticado no início e hoje é um sucesso”, afirmou.

Finalizando a entrevista, felippe1 falou sobre a mudança da Valve no sistema de classificação para os Majors, que agora prioriza o ranking em vez dos RMRs. O CEO não escondeu a saudade do formato anterior.

“O RMR faz muita falta. Era um torneio emocionante para todos, jogadores, torcida e imprensa. O sistema de ranking traz desafios, especialmente para equipes da América do Sul, que têm menos campeonatos presenciais e somam poucos pontos. Mas essa mudança também incentivou mais campeonatos presenciais, e se isso continuar, pode ser benéfico no longo prazo”, finalizou.

A Gamdom Imperial estreia skullz em sua lineup nesta semana. A equipe encara a MOUZ na próxima quinta-feira (28), às 7 horas, horário de Brasília, em duelo válido pela BLAST Open Londres 2025.